A possibilidade de reversão da fusão que criou a Brasil Foods (BRFS3) pressionou negativamente as ações da companhia na semana, que acumularam queda de 10,21% durante o período que se estendeu de 6 a 10 de junho, terminando cotadas a R$ 25,25. Esse foi o maior recuo do Ibovespa na semana, que por sua vez recuou 2,55% no mesmo período.
Monopólio é empecilho para fusão
O julgamento começou às 10h (horário de Brasília) da quarta-feira e terminou no final daquela tarde. Depois de destacar muitos problemas da operação, o relator Carlos Emmanuel Joppert Ragazzo afirmou que apesar da complexidade do processo, a conclusão é clara e raramente se apresenta de forma tão simples em processos antitruste. "Não há margens para dúvidas (...) aprovação dessa operação como está deve gerar altas de preço e prejuízos extremos ao consumidor", disse o relator.
Apesar de afirmar concordar plenamente com o parecer de Ragazzo, o conselheiro Ricardo Ruiz pediu vistas do processo - adiando a decisão final do Cade sobre a fusão pelo menos até o próximo dia 15, quando acontece a próxima reunião.
Posição da empresa
A BR Foods afirmou discordar do posicionamento do relator, reforçando que já apresentou a todos os conselheiros uma proposta inicial de acordo. “A BRF está, como sempre esteve, à disposição do Cade para uma solução negociada e acredita numa análise justa e imparcial do caso”, disse a companhia em comunicado. “Somente uma companhia com o porte da BRF pode competir no mercado global em igualdade de condições com as grandes empresas do setor”, complementou a empresa.
A empresa ainda afirmou que a referida fusão é “pró-competitiva e não trará prejuízo aos milhões de consumidores atendidos por suas marcas, que se beneficiarão das eficiências geradas pelo negócio, em especial com relação à efetiva queda de preços”.
Aquisições por seus concorrentes?
Com essa notícia, especulou-se que Marfrig (MFRG3) e JBS (JBSS3) buscariam novas aquisições. Porém, segundo Marcelo Varejão, analista da Socopa, estas companhias encontram-se muito alavancadas para adquirir marcas ou ativos de peso que a Brasil Foods possa ser obrigada a se desfazer.
Todavia, Varejão afirma que uma empresa do exterior, como a Kraft Foods, estaria mais apta a fazer tal movimentação. O analista também afirmou que a melhor estratégia em relação à ação é esperar, com cautela, até a decisão final.
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